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Destralhar

Destralhar

Janeiro: Desafio destralhar - Casa de banho (e conseguir um carrinho de biblioteca)

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Isto vai soar a coisa mais lamechas que possam imaginar: destralhar a vida de coisas inúteis pode resultar em realizar sonhos.

 

Eu sempre sonhei ter um carrinho tipo biblioteca. O que eu não sabia é que já tinha um (numa versão muito aceitável) na minha casa... mais propriamente na casa de banho. 

 

À medida que o fui destralhando, ele foi ficando cada vez mais vazio. E quando mais vazio, mais o acto de o limpar (de pó) se tornava mais frustrante. E foi a lavá-lo que olhei para ele com outros olhos: os olhos de uma leitora, que percebeu logo que ele tinha profundidade para livros!

Como doar livros a uma biblioteca

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Frequentemente, quando se fala de destralhar livros, as bibliotecas são mencionadas como o destino ideial. Numa economia circular, há melhor destino que um local em que os livros podem ser partilhados por toda a comunidade?

 

Mas a realidade é que as bibliotecas possuem espaço limitado e não estão disponíveis para acolher livros todos e quaisquer livros.

 

A minha experiência pessoal

 

Todos os anos eu doo livros à minha biblioteca local. Infelizmente, o meu município não investe em livros e o catálogo está muito desactualizado. Como alguém que ama livros e bibliotecas, este é o meu contributo.

 

Começo por consultar o catálogo digital da biblioteca, para perceber se possuem os livros que desejo doar. Esse é o meu objectivo: doar livros que ainda não constem do catálogo. 

 

Envio um email ao director da biblioteca, perguntando se têm interesse em aceitar uma doação desses livros, com a informação de que não constam do catálogo e se constam do Plano Nacional de Leitura.

 

Após a resposta, entrego os livros na biblioteca.

 

Finalmente, posso sentar-me e deliciar-me a imaginar os meus livros a serem requisitados, a serem colocados numa mesa de novidades, ou num grupo de livros destacados por causa de uma efeméride ou autor. No fundo, as coisas que gosto de encontrar na minha biblioteca.

Decidi destralhar a minha biblioteca pessoal

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A ideia tem-se vindo a desenvolver nos últimos tempos.

 

O número de livros não lidos não tem diminuído, até porque as trocas que trazem novos inquilinos e as bibliotecas municipais estão sempre a tentar-me.

 

O sonho de deixar uma biblioteca para as minhas sobrinhas, tem tanto de utopia altruísta como um acto egoísta. Querer ter uma biblioteca em casa com mais de 400 livros é irrealista, para uma casa como a minha (que sequer é minha).

 

Ainda estou incrédula que esteja a ser tão displicente com a minha biblioteca. Os livros são a melhor parte do meu dia. Mas a verdade é que não sinto necessidade de os ter em casa. Mais, sinto cada vez mais ansiedade por uma casa cheia de coisas que se torna um problema a resolver, em certas circunstâncias.

 

Por isso, decidi começar a vender a biblioteca pessoal (não se preocupem, não verão aqui anúncios de venda). Não tenho pressa e não é algo de absoluto.

 

Também pretendo doar alguns livros não lidos, que a minha biblioteca municipal não tenha. Assim, sei onde estarão quando os quiser ler.

 

No fundo, culpo a minha biblioteca municipal, onde tenho encontrado tudo o que desejo para ser uma leitora feliz. 

A regra das 5 horas

Michael Simmons escreveu um texto muito interessante sobre a importância da aprendizagem para o desenvolvimento pessoal e a produtividade. 

 

Segundo o mesmo, Elon Musk (fundador do Paypal), Oprah Winfrey, Bill Gates, Warren Buffett and Mark Zuckerberg possuem todos algo em comum: dedicam pelo menos 1 hora por dia (5 horas por semana) a um esforço deliberado de aprender ou melhorar (-se ou a sua performance em determinado domínio). 

 

E no cerne dessas 5 horas está: ler, reflectir e experimentar.

 

Just as we have minimum recommended dosages of vitamins, steps per day, and aerobic exercise for leading a healthy life physically, we should be more rigorous about how we as an information society think about the minimum doses of deliberate learning for leading a healthy life economically.

 

 

Nos últimos dias, tenho reflectido sobre isso. Nos meus marcadores do Chrome tenho uma pasta chamada "30 dias", que traduz o objectivo de todos os dias praticar pelo menos 30 minutos:

marcadores.JPG 

1. Dactilografia

Uma boa parte do meu trabalho depende de um teclado pelo que me pareceu óbvio aproveitar um dos muitos cursos online para tornar a minha dactilografia. 

Deveria praticar um pouco todos os dias, mas isso nunca aconteceu. 

Link

 

2. Programação

Gosto imenso de informática e a falta de conhecimento de programação tem sido um factor impeditivo de muitos projectos que gostaria de ver materializados. 

Por isso, inscrevi-me num curso on-line de programação. 

Link

 

3. Work in Progress

Um projecto pessoal que, segundo o Google Docs, viu a última edição em 14/10/2014. 

 

4. PurdueX: FINANCEx Personal Finance 

Um curso online de finanças pessoais que ainda não comecei. Francamente, adiei porque não estava a conseguir transformar o vídeo em audio. Agora que posso ouvir num mp3, é mais fácil.

Link

 

5. Destralhar

Praticar o hábito diário de destralhar a casa e a mente.

Link

 

E no que respeita a leituras, estou a ler muito e bem ;)

Lê o raio dos teus livros

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O título é a minha tradução (livre) de um "desafio" em que tropecei na internet: #ReadMyOwnDamnBooks (aqui). 

 

Existem inúmeras estratégias para diminuir a TBR, mas no meu caso, quanto mais leio, mais livros entram no meu radar.  

A Estella começou o desafio porque tinha em casa 210 livros físicos. Eu tenho quase o dobro. 

 

Não comprei nenhum livro em 2016 o que não quer dizer que a minha biblioteca não tenha aumentado. A minha estratégia de receber presentes, na forma de livros usados, resultou.

 

E talvez por isso tenho sentido que, apesar de estar a meio do ano, a minha lista de livros a ler - da estante - não diminuiu. 

 

Assim, até ao final do ano quero limitar o meu leque de escolhas: terei de ler 3 livros da minha estante antes de requisitar outro da biblioteca. Excepções apenas para leitura de séries ou o Clube dos Clássicos Vivos (em que só participo se tiver acesso ao livro sem comprar). 

 

Venham ao confessionário: quantos livros não lidos têm em casa?

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