Eu sou uma pessoa que prefere o analógico em vez das aplicações de telemóvel, por isso, é na minha agenda que registo informações relativas à implementação de hábitos.
Há vários anos que utilizo a regra do Seinfield e faço-o com recurso ao quadradinho que permite registar 4 hábitos em simultâneo, de uma forma eficiente e minimalista, o ideal para uma pequena agenda.
Mas a elegância do método de Ryder Carroll (o autor do sistema Bullet Journal) é simplesmente genial.
A propósito de uma conversa nos comentários, decidi mostrar umas das minhas primeiras agendas (2014), utilizando o sistema Bullet Journal.
Queria fazê-lo para mostrar que, embora a internet esteja cheia de ideias lindas, concretizadas por pessoas muito talentosas, o sistema é do mais básico que existe.
Espero que as imagens ajudem, Maria.
O único material de que necessitam é um caderno e uma caneta. Eu decidi usar a minha máquina de encadernação e fazer um caderno em espiral.
As principais vantagens são:
É económico.
Podem utilizar a agenda para programar eventos, fazer listas de tarefas ou listas de compras.
Podem fazer uma lista de livros a ler ou escrever uma citação de um livro que já leram. Pode ser uma agenda, um diário, um bloco de notas
É a agenda ideal para quem tem mais tarefas que eventos, porque abrimos ou não uma data, ocupamos muito ou pouco espaço. No fundo, acabaram-se as páginas vazias.
As principais desvantagens:
Depois de nos habituarmos a ter as notas à mão, é chato prescindir delas quando passamos para o caderno seguinte. Eu cheguei mesmo a cortar páginas e colá-las no novo caderno.
Se forem como eu, letra grande e com vontade de rabiscar e fazer listas intermináveis, o caderno não chegará para um ano.
Sem calendário é difícil programar para o futuro.
Posso não saber desenhar, mas sei colar e aproveitava recortes de revistas para dar um pouco de cor à minha agenda.
Obviamente tapei alguns dados pessoais. Na primeira página coloco contactos de emergência e o meu tipo sanguíneo.
Todos os contactos tinham o grau de parentesco. Se acharem pertinente, também podem mencionar - expressamente - quem deve ser a primeira pessoa a contactar. Por exemplo, se alguma coisa me acontecer, eu quero que contactem primeiro o meu irmão, em vez dos meus pais.
Também coloco o meu número de telemóvei, com a menção "eu", para quem o encontrasse me pudesse contactar.
Depois coloquei uma série de páginas para contactos e notas, de A a Z.
Aqui coloco tudo, desde contactos à referência do saco do meu aspirador (dá muito jeito quando estão na loja e se lembram que precisam de comprar)
Ou até um cartão de uma loja que colei directamente, para não ter de transcrever.
Uma folha de compras com notas diversas, até a personagem preferida (à data) das minhas sobrinhas, parte de um folheto com o tarifário do telemóvel, referências de impressoras.
Nas páginas seguintes, uma lista de empresas que não testam em animais (para ter presente quando escolhia produtos) e uma lista de produtos que queria comprar.
Já agora, a pedra de alúmem tem sido comprada em feiras de produtos artesanais - muito mais barato.
De seguida, um calendário desdobrável que nunca utilizei e um grupo de folhas vermelhas, a primeira delas com os aniversários.
A secção de folhas vermelhas serviu para colmatar o meu principal problema com o sistema: não ter uma forma rápida de ver eventos futuros. Como tenho imensas consultas médicas (entre mim e a minha mãe) a registar, tinha de ter um calendário para o efeito.
Por isso, limitei-me a imprimir calendários mensais e colar na agenda.
A partir de meados do ano, já começo a ter eventos para o ano seguinte. Limito-me a ter uma folha, no final da agenda para esse efeito. Como podem ver, sem complicações. Se houver alterações, faço um risco por cima e está feito.
Actualmente, nem tenho estes calendários mensais. Limito-me a usar uma folha no final do caderno e vou anotando as datas. No início do mês ou quando estou num qualquer balcão de atendimento a agendar para o futuro, basta-me consultar essa lista.
Quando a passo para o calendário mensal, risco-a da lista e está feito.
Está no final do caderno apenas para ser de fácil e rápido acesso.
Abrir o mês é isto. Tal simples como isto.
Aqui estava a utilizar um código de cores. A verde eram eventos/tarefas relacionados/os com o trabalho.
O sistema que utilizo até à data. Primeiro o calendário, depois uma lista de tarefas e objectivos (sem data) para esse mês.
Uma página de registo de hábitos que estava a tentar implementar e o meu registo de despesas (ainda com muitos esquecimentos).
Actualmente, faço o mesmo registo, mas aditei uma coluna para a data.
Depois são páginas assim, uma salgalhada de coisas, numa letra gorda a ocupar uma página A5. Neste momento continuo com folhas brancas, mas pretendo tentar "controlar" a minha caligrafia num futuro caderno, com folhas com quadriculado.
Mas também há páginas com receitas, listas de compras, a menção de que o Cante Alentejano era património mundial imaterial, listas grandes e pequenas de livros que queria fazer, de reparações que a casa necessitava, etc. etc.
Há dias em que não anoto nada, há outros em que uma página A5 não chega para um dia. Hoje, a única tarefa que coloquei na agenda foi "diminuir a temperatura do cilindro" (aumento-a quando tomo banho de imersão e tinha-me esquecido de voltar a reduzir para poupar electricidade; quando me lembrei, anotei na agenda).
É o sistema mais flexível que conheço e já não me imagino a utilizar outro.
Como é fácil de ver, não é bonita, não tem luzinhas e assobios, mas faz a sua função.
Janeiro está à porta e estou a fervilhar de ideias para implementar na minha agenda. Especialmente para corrigir o que anda a correr mal: hábito de sono, hábitos alimentares, procrastinação, trabalho, saúde...ok, percebem a ideia, não é?
Já referi algumas coisas que o meu sistema para agendar eventos e tarefas é o do "bullet journal". Para mim, que tenho mais tarefas que eventos com data marcada, acaba por ser mais fácil e evita desperdiçar papel.
Porém, não há sistema que consiga concluir as tarefas sozinho. Na verdade, os sistemas implementam-se para nos ajudar, mas não chega e não pode ser a tarefa por si só.
Aqui a moda ainda não chegou, mas nos EUA, ter uma agenda/planner pode tornar-se rapidamente um passatempo e um sorvedouro de dinheiro, dada a quantidade e planners e acessórios. Há comunidades de embelezadores de agendas.
Eu tenho uma péssima caligrafia e não sei pintar ou desenhar, por isso as minhas agendas nunca têm um aspecto muito bonito.
Mas o meu problema não é o aspecto, mas a falta de utilização que lhes dou: anoto tarefas, mas depois esqueço-me delas porque não tenho a agenda aberta e não vou revendo o que precisava fazer.
Outra vantagem do "bullet journal" é a necessidade de reescrever tarefas adiadas - isso obriga-nos a repensar nelas e a reflectir sobre esse adiamento.
E é aqui que entra o embelezamento.
Decidi começar a testar esta estratégia do embonecar a agenda. Será que serei mais eficiente se dedicar algum tempo na decoração da mesma?
O facto de escrever mais, passar cinco minutos do almoço a desenhar uma moldura qualquer ou um sol para anotar o tempo que faz, abri-la mais, traduzir-se-à numa maior utilização da agenda ou será apenas mais uma forma de procrastinar e ocupar tempo que deveria ser dedicado a concluir tarefas?
Costumam utilizar agendas ou planners? Decoram-nos?
Hoje é dia de voltar aos aniversários para planear o primeiro trimestre de 2016 em que tenho muitos aniversários, muitos presentes caseiros e até festas de aniversário para organizar.
Há sempre coisas a planear: decoração, compras, presentes (compra ou fazer), envios postais antecipados para familiares no estrangeiro...
Como planeio fazer o maior número possíveis de presentes caseiros, coloco sempre as tarefas desse aniversário no mês anterior.
Começo numa folha de rascunho a fazer as anotações: datas, nomes, dia da semana. Depois, à frente do nome que implica uma festa de aniversário (com decorações, convidados, etc...) coloco duas estrelas, se apenas tenho de cozinhar um bolo, coloco uma estrela.
Fico, de imediato, com uma referência visual do que é necessário. Mais, todas as informações permitem-me organizar melhor as datas. Por exemplo, em Março posso juntar as festas de aniversário da Filipa e do Manuel, que são família (por isso anoto os dias da semana).
Nessa mesma página, anoto ideias para presentes caseiros, temas, etc...
Depois, volto ao calendário mensal (em curso) e, na folha das tarefas, anoto o que tenho a fazer e colo um post it com uma lista de compras (mesmo que provisória, para ir aproveitando as promoções).