Parede nº 2 - Destralhar livros ou o dia em que tirei 150 fotografias
Na sequência da mudança de umas estantes, fui forçada a esvaziar todas as estantes da casa. Voltei a ser confrontada com os meus livros técnicos que são fonte de angústia emocional pois estão associados a um grande se... se eu voltar a precisar deles... se necessitar de voltar a essa profissão... se ficar desempregada... se...
E foram caríssimos. Uma verdadeira fortuna e são mais que uma centena. Tentei vendê-los embora com a consciência de que não fui muito agressiva e consistente nesses esforços. E continuavam lá... a ocupar espaço que necessitava para coisas que realmente utilizo e que realmente desejo.
Tirei-os de uma estante e voltei-os a colocar nessa estante, numa outra divisão. Era uma barreira que não conseguia ultrapassar. De repente fez-se luz. Eu não estava a seguir as minhas regras: um passo de cada vez.
Fui honesta comigo própria e concluí que não conseguia dispor deles sem tentar novamente vendê-los. Mas eles não precisavam de estar a ocupar o meu precioso espaço na estante. Guardei-os todos no fundo de um armário que tem pouca utilização por ser um canto de difícil acesso.
Mas antes, montei o tripé da máquina fotográfica e fotografei todos os livros para os colocar à venda. Alguns, decidi de imediato que seriam para doar, dada a sua especificidade.
A estante ficou vazia para a utilização que realmente desejava dar-lhe e a angústia atenuada. Os livros ocupavam (de forma compacta) as 6 prateleiras: