Tenho umas calças para reparar. Estão na minha mesa há semanas. Quando penso em arranjá-las,olho para elas, azul marinho e olho para a máquina, linha branca. Desisto.
É ridículo, eu sei.
Esta manhã, fui buscar as linhas azul marinho e enfiei a máquina. Perfeitamente sabendo que não iria coser de imediato, mas com a plena consciência que, na próxima vez, parte do trabalho está feito.
Frequentemente, esquecemo-nos que preparar uma tarefa é parte da sua execução. Pois bem, a reparação é tão simples, apenas com preparação da máquina, 1/3 da tarefa está concluída.
Encontrei uma solução para o meu problema com o instagram. Encontrei uma extensão para o Google Chrome (que é o browser que utilizo) para poder publicar no computador.
Quando clicamos na extensão, abre uma janela no lado direito do ecrã. E para minha surpresa, descobri que é uma aplicação portuguesa.
Assim,
pude manter o meu desejo de ter uma conta onde posso seguir e participar no bookstagram, e manter a minha sanidade, afastando a aplicação do meu telemóvel.
Há poucas semanas decidi criar uma conta na rede social Instagram (#bookstagram). Adorei. O problema é substituí o tempo de ler livros e escrever sobre livros, pelo o de olhar para fotografias sobre livros.
As horas dos dia não esticam, pelo que tive de escolher a minha prioridade. Isto porque, a minha natureza aditiva, associada aos incentivos para esse efeito, criados pela própria ferramenta, tornam impossível que a utilize com moderação.
Por isso desinstalei a aplicação.
Notícias falsas
Cheguei a ver, como muitas/os o vídeo de uma feminista que molhava homens num metro, se estes estivessem sentados com as pernas abertas. Achei que era mais um vídeo de conteúdo, feito para ser conteúdo e ignorei-o. Recuso-me a andar a reboque do mais recente "vídeo polémico" criado para gerar cliques. Querem discutir assuntos sérios, discutam-nos com seriedade.
Porém, a realidade é muito mais assustadora, se forem verdadeiras as notícias que é mais um instrumento da máquina de destabilização social que a Rússia parece ter criado.
Exercício
Fiz uma pequena comparação (a olhómetro) entre o meu histórico de navegação de internet antes e depois da minha decisão de ler apenas "notícias" que considero importantes e cujos temas me comprometo a aprofundar. A diferença é abismal.
Atenção que não deixei de fazer uma utilização lúdica da internet, simplesmente estou a ser mais intencional no que respeita a "notícias".
"A atenção mediática – que há tempos gastou horas e horas, também com repetições incessantes com os episódios que envolveram o Sporting, idem com as toupeiras ligadas ao Benfica ou com a perseguição de um fugitivo – não se interessou por aí além por um discurso cuja espessura de posicionamento superou muito a da rotina dos discursos."
Francisco Sena Santos escreveu um texto importantíssimo sobre o mediatismo dos assuntos de relevância jornalística e de como os jornalistas têm responsabilidade da informação que é circulada e como é circulada.
Sinto-me cada vez mais puxada por aquilo que outros (e sabe-se lá com que intenções, porque continuamos a não ter a lista de jornalistas pagos pelo BES) consideram ser digno de notícia.
Os cabeçalhos de notícias que, na verdade não são mais que coscuvelhice, dominam os canais e somos nós que os alimentamos, cada vez que neles clicamos.
Esta semana, vou ser intencional com a minha forma como respondo à agenda jornalística. Vou "dar" os meus cliques (porque leio mais do que vejo) às matérias que considero ser importantes, em vez daquelas que me captam a curiosidade.
Primeira acção: ouvir o discurso (15 minutos) referido no texto, porque foi feito em nome dos portugueses e representa o nosso posicionamento em política externa.