Ontem tirei de casa uma dúzia de sacos diversos: para entregar a familiares, para doações e para reciclagem.
2.
Instalei uma app no telemóvel, para me motivar a beber água durante o dia.
3.
Fiz um assado só para mim.
4.
Fui fazer compras, antes que me acabasse o leite, cebolas e outros básicos.
5.
Esta manhã levei a minha garrafa reutilizável, para o trabalho e já bebi 300ml.
6.
Recolhi três sacos de diversos itens, que estavam junto a um contentor de reciclagem, que separei:
- um saco de plástico;
- um saco de têxteis não aproveitáveis;
- um saco com 17 calças de homem, demasiado manchadas para doar, mas que podem ser aproveitadas para mantas de abrigos de animais.
Ontem os sacos para a reciclagem, já saíram de casa.
7.
Ajudei a minha mãe a encomendar uma peça para um electrodoméstico. E acabei por descobrir que também reparam máquinas de costura (vou ver se resolvo um problema com o meu pedal).
8.
Telefonei a uma amiga que está a passar por uma fase menos boa.
9.
Dispus algum tempo para estar a falar com uma familiar (adolescente), a viver no estrangeiro (que adooooora falar).
Ando um pouco sem rumo. Sei que as coisas não andam bem porque voltei a saltar refeições (o primeiro sintoma), sinto-me cansada (física e mentalmente) e doente. Olho para este quadro, numa tentativa de fazer uma auto-avaliação, e salta-me à vista que as coisas não andam bem.
Não me tenho divertido, nem tenho encontrado conforto nos meus livros. A casa está um caos, com materiais para arrumar ou sacos para destralhar e a casa de banho precisa de ser limpa... já!
Não tenho feito nada para doar - algo que estava na minha capacidade fazer. Descurei as minhas amizades ao ponto de, quando tentei corrigir, ter descoberto diversas más notícias. Não tenho tempo para nada, que é o mesmo que dizer que não tenho sabido gerir o meu tempo.
As minhas finanças pessoais estão estáveis mas depauperadas, o que é sempre um foco de ansiedade.
Sinto que estou a 50% no trabalho, e sei que isso é evidente para quem me rodeia e me faz sentir muito diminuída.
Mas hoje, apesar do meu confessionário, não posso deixar de olhar em redor e dar graças pela saúde que tenho, para cuidar dos meus e de ter um emprego que me permite ter comida na mesa, o que não é garantido a todos.
21:36 - Fechada no escritório com o aquecedor ligado. Estava frio, mas os casacos estão noutra divisão. Ouço barulhos lá fora. Não me atrevo a abrir a porta. Isto é ridículo. Eu tenho sono e quero ir dormir. Mas o rato...
21:39 - Vou levantar-me... desejem-me sorte!
21:41 - O rato está na caixa. Está certamente colado. Não quero tocar na caixa. Help!!!
21:45 - Fechei a caixa com o cabo da vasoura. Não me atrevi a olhar lá para dentro. Agora tenho de esperar a ver se continua a fazer barulho e está mesmo lá dentro. Isto não está fácil.
Eu, a utilizar um cabo de um guarda-chuva que uso para misturar tintas.
Não quero tocar na caixa.
Os lixeiros passaram e eu avisei-os que não a abrissem porque tinha um rato.
A armadilha autocolante foram os melhores €5.00 que gastei este ano.
Tenho a casa com farinha por todo o lado. As únicas pegadas são as entrada da sala, minhas, porque me esqueci que tinha farinha no chão.
Com o truque da farinha descobri que o rato está no meu armário (walk-in), rodeado por:
- roupas que precisava de ter vestido esta manhã;
- a tábua de passar a ferro que precisava para passar a camisola que vesti esta manhã;
- o estendal da roupa que precisava ontem, para estender a roupa que lavei.
Tudo isto, lembrei-me que estava dentro do armário, depois de ter tapado a frincha da porta com cartão e fita cola. Importa referir que esta "frincha" é maior do que habitual, para poder ver se deixei a luz ligada - foi intencional.
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Ando tão cansada e desgastada que hoje testei a paciência do meu superior hierárquico, apresentando-lhe sucessivas versões de um documento que alterava e passado 2 minutos já não sabia como fundamentar. Chegou a um ponto que ele só disse anote, mas eu ouvi bem o que estava por detrás dessa palavra e senti-me envergonhada e frustrada.
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E agora o rato não aparece e vai para o diabo da caixa. Com a minha sorte, é uma rata e já está a procriar dentro do meu armário.
Volto a fechar o armário e ouço-o esgravatar o cartão ou lido com uma caixa com um rato a tentar libertar-se, lá para as 4 da manhã?
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Hoje, literalmente tive de escolher entre a minha mãe e o trabalho. Escolhi a minha mãe e ainda nem eram 7 da manhã. Uma manhã que seria longa.
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Estou a sentir-me pessimamente, com o que irei fazer ao rato.