Esta é a história de duas molduras, muito bonitas, que iriam ser utilizadas para taaaaaantas coisas.
Logo que chegaram ao novo lar, a dona colocou-lhes uma folha de papel de embrulho bonita e decorativa e numa das caixas uma folha (associada a uma memória com as miúdas).
É isso! Vou usar para colocar pequenos objectos que perpetuem memórias de locais e
A ideia tem-se vindo a desenvolver nos últimos tempos.
O número de livros não lidos não tem diminuído, até porque as trocas que trazem novos inquilinos e as bibliotecas municipais estão sempre a tentar-me.
O sonho de deixar uma biblioteca para as minhas sobrinhas, tem tanto de utopia altruísta como um acto egoísta. Querer ter uma biblioteca em casa com mais de 400 livros é irrealista, para uma casa como a minha (que sequer é minha).
Ainda estou incrédula que esteja a ser tão displicente com a minha biblioteca. Os livros são a melhor parte do meu dia. Mas a verdade é que não sinto necessidade de os ter em casa. Mais, sinto cada vez mais ansiedade por uma casa cheia de coisas que se torna um problema a resolver, em certas circunstâncias.
Por isso, decidi começar a vender a biblioteca pessoal (não se preocupem, não verão aqui anúncios de venda). Não tenho pressa e não é algo de absoluto.
Também pretendo doar alguns livros não lidos, que a minha biblioteca municipal não tenha. Assim, sei onde estarão quando os quiser ler.
No fundo, culpo a minha biblioteca municipal, onde tenho encontrado tudo o que desejo para ser uma leitora feliz.
Este fim-de-semana, enquanto fazia as limpezas na casa da minha mãe descobri que esta ainda guarda o meu vestido de comunhão solene + saiote + vestido interior (não sei como se chama). Eu já passei os 40.
Disse-lhe só que não acreditava que ela ainda tivesse isso no fundo do armário, e qual não é a minha surpresa quando me aparece em casa com o vestido, uma coberta, dois cortinados e 6 peças de roupa. Tudo para destralhar.
Boa, mamã!
FINALMENTE vendeu a cama de bebé da minha sobrinha (hoje com 7 anos).
Aos poucos (muito menos do que eu desejaria), tenho sentido que também ela tem necessidade de destralhar a casa. E pouco a pouco, lá vai doando as coisas.
Uma das coisas que me apercebi é que, depois de começar, é uma bola de neve.
Mesmo o que não destralhamos num primeiro momento, fica num cantinho da nossa mente. Passado algum tempo, depois da consciência que continua a não ser utilizado, é mais fácil destralhar.