Uma espécie de ponto de situação...
Acho que corro o risco de criar alguma controversa, mas aqui vai.
O Cláudio Franco, sem saber, acabou por me deixar a pensar nos conceitos e nas ligações entre destralhar, minimalismo, abrandar, simplificar.
Quando comecei o blog, optei pelo "destralhar" (todo o tipo de tralhas - coisas e mente), porque não me revia na estética do minimalismo.
Ainda esta manhã passava por um blog lindíssimo e lia sobre abrandar. Mas olho para esse blog e são só imagens com divisões imaculadas, brancas, esteticamente perfeitas, falam do campo como um local idílico e fim em si mesmo.
Eu não me revejo nesse mundo. A minha casa não é assim, a minha vida não é assim e o quintal cá em casa não é assim.
Mas sabem que mais? A vida de muitas dessas pessoas, que utilizam essas imagens, também não é.
Fiz um exercício: peguei uma linda imagem de um blog sobre simplificar/abrandar e pesquisei-a no google - 22 resultados. Os primeiros resultados foram de blogs sobre minimalismo/simplificar de língua portuguesa.
Por vezes, o minimalismo também é uma imagem que nos querem vender. O problema é ser como as modelos cujas imagens alteram digitalmente - são imagens irrealistas, que têm como consequência fazerem-nos sentir imperfeitas.
Para mim, destralhar é igual a retirar o excesso da minha vida, seja ele em coisas materiais, seja em pessoas tóxicas, seja em ocupações de tempo que não merecem o meu tempo. Neste momento, esse caminho parece-me ser o que preciso de fazer.
Não sou perfeita e este blog é tudo menos perfeito. Mas pelo menos posso dizer que é verdadeiro.