Destralhar o escritório: um começo
Há quem se vá rir deste post. Que me considerará tolinha, a precisar de acompanhamento profissional. Mas no meu fim de semana, apenas detralhei três focos de problemas:
- copo do material de escrita e demais utensílios
- caixa com CD e DVD usados e novos
- carrinho da casa de banho
E considero que tive um fim de semana de destralhar muito proveitoso; com efeito, um sucesso pessoal.
Para que não fique um texto demasiado longo, hoje relato-vos apenas o primeiro. Este é um post com cenas dos próximos capítulos.
O destralhar nº 1 foi o que me trouxe maior prazer pessoal, porque durante essa tarefa cheguei a algumas conclusões que considero essenciais para futuros sucessos.
Como qualquer pessoa com excesso de tralhas, eu tinha dois copos com material de escrita e outras utilidades. Surpreendentemente, nunca tinha uma esferográfica para utilizar ou lapiseira com minas ou lápis afiado... percebem a ideia.
Só em lapiseiras sem minas, eram 3 e mais 2 lápis. Porquê? Não sei responder. Não me recordo de pegar nelas. Várias esferográficas.
O que fiz:
Copo escrita
- retirei itens duplicados - foram para a caixa de materiais
- retirei material para a cozinha, para a carteira (nunca tenho uma esferográfica) e para o quarto
Copo diversos
- para tesouras, x-acto, escrita em CD, corrector, etc
Momentos marcantes:
Descobri porque a máquina calculadora do copo não funcionava: interior completamente destruído por líquido da pilha que verteu. Lixo.
Descobri uma peça que não sei onde é suposto atarraxar. Descobri a chave suplente do alarme do meu carro e uma outra, com aspecto estranho, que não faço ideia para o que sirva e onde pertence. Guardada para futura investigação - 1ª suspeita: cadeira onde estou sentada.
Descobri que destralhar é poupar, porque as coisas têm o seu local e sabemos onde estão, não compramos ou abrimos uma segunda embalagem (vários duplicados emergiram).
Por isso, cheguei à conclusão que é muito importante criar espaços próprios para os diferentes objectos e, se necessário, etiquetá-los. Por isso, resolvi improvisar, com uma técnica da escola primária: coloquei um pouco de papel de embrulho que estava no cesto de reciclagem, no interior das esferográficas, para distinguir as que pertencem à cozinha. Assim, quando forem deslocadas, voltam sempre à origem. Funciona como um lembrete.
Porque, para destralhar não é preciso gastar dinheiro noutras tralhas, por muito tentadora que seja uma visita ao IKEA.
Das diversas tarefas e pelo que ia metendo no meio, demorei cerca de 1 hora. Foi outra conclusão a que cheguei - é fácil distrair-me e arrancar para outro projecto. Começamos a colocar as colas na gaveta da secretária e às tantas já lá andamos a mexer. Abro a calculadora e decido ir a casa dos meus pais porque me recordo que também tinham uma que não funcionava. É muito fácil e perigoso.
Várias vezes tentei a abordagem: hoje destralho o escritório - arrumava coisas mas nunca destralhei.
E finalmente...
Esta manhã estava a escrever com a lapiseira e apercebi-me que esta não estava a funcionar correctamente. Acto instintivo: colocá-la no copo e pegar num lápis.
Não se preocupem, a esse momento seguiu-se a reflexão - se não funciona tem de ir para o lixo. E assim, de uma assentada, tive duas revelações: destralhar não é uma actividade momentânea, mas um hábito que se incute e ainda há esperança que o vou adquirir.